DIÁRIO PROFISSIONAL: ENTREVISTAS

A Médica


1.      Qual é o seu nome?
Érica Balbino da Silva.

2.      Qual a sua profissão?
Médica, clínica

3.     Onde trabalha?
Serviço público de saúde.

4.     Como foi para você o processo da escolha profissional? ( fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos)
Sempre quis ser médica, este processo de escolha sempre foi muito difícil, pois não havia médicos em minha família, esta sempre foi muito pobre, morávamos no interior, longe dos grandes centros e boas escolas, sempre estudei em escolas públicas, minha mãe ficou viúva muito cedo, aos 29 anos e minha única irmã é deficiente auditiva.Muitos familiares me desaconselharam a lutar  pela Medicina, outros me apoiaram, precisei morar longe da minha família, passamos muitas necessidades, os recursos financeiros eram regrados, mas, sempre encontrei ótimos amigos pelo caminho e muita força de vontade, morei ao todo em 6 repúblicas, uma delas com 6 integrantes!Consegui fazer um excelente cursinho na cidade de Uberlândia pois consegui uma bolsa de estudos, para minha surpresa passei na UFMG, o que não estava em meus planos!O curso foi excelente, época de muitos sonhos e projetos, consegui estágios na faculdade que me ajudaram a custear os gastos.Fiz grandes amizades, para a vida toda, conheci ótimos professores, pessoas que até os dias de hoje são exemplos de humanidade para mim.O final do curso foi mais estressante, surgiram os medos, as crises existenciais, as diferenças de ideologias e projetos de vida entre os colegas, surgia diante dos meus olhos uma Medicina que eu rejeitava, muito mercadológica, foi um período difícil para mim...Acredito que o tempo tem me ajudado bastante na reflexão sobre tudo isto, cada vez mais me sinto mais certa de que a Medicina é o meu lugar, contudo, agora com um olhar mais maduro e com uma segurança maior para descobrí-la, sim porque a Medicina tem esta propriedade, nunca se esgota, sempre aparece nova!

5.     Como é o dia-a-dia da sua profissão?
O dia-a-dia não é fácil, costumo dizer que o nosso trabalho é estar disposto a ouvir o sofrimento, seja físico ou psíquico, é para isto que existe a Medicina, assim é um trabalho pesado, mas, a alegria de saber que aliviou a dor, orientou o outro, contribuiu para que a existência do outro fosse menos árdua, já vale a pena o esforço diário.Devemos estar preparados para o êxito e para o fracasso da terapêutica, bem como para o fim das possibilidades, mesmo nestes momentos, precisamos estar presentes.Além disso, é preciso também dosar bem trabalho e família, trabalho e o descanso, pois nós médicos, somos também bastante influenciados pelo nosso bem estar, um médico cansado, escuta menos e pode errar mais...

6.     Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
O campo de trabalho para médicos é bastante amplo, na assistência pode atuar na área hospitalar, ambulatorial, urgências, etc, além disso, pode atuar como gestor, coordenador,gerente, tanto nas esferas privadas ou públicas, ainda pode ser consultor, pesquisador, professor etc.

7.     Qual a média de remuneração?
A média de remuneração depende do tempo de profissão, da especialidade, do local de trabalho e em qual região do país ou estado trabalha, geralmente, cidades do interior remuneram bem os médicos, mesmo aqueles  com pouco  tempo de profissão, principalmente na modalidade PSF.

8.     Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
Os aspectos positivos são a possibilidade de intervenção para o bem-estar do indivíduo e também da população, a possibilidade concreta de poder atuar na construção de realidades mais justas e menos díspares, a possibilidade de atuar em várias frentes e modalidades de assistência e gestão,a possibilidade de estar sempre revovando os conhecimentos e se atualizando.

9.     Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
A cada dia enfrentamos o crescente processo de desvalorização do profissional médico, seja pelas péssimas condições de trabalho no SUS, seja no baixo valor pago pelas consultas dos convênios, forçando o médico a procurar vários trabalhos diferentes, sobrecarregando o profissional.Outro problema é o reduzido número de vagas para residências médicas no país.


10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
A sugestão que dou para quem pensa em fazer Medicina é inicialmente, gostar muito de estudar, gostar de aprender sempre!Ainda, estar disponível para ouvir o outro, especialmente aquele que sofre, seja de dor psíquica seja de dor física e mais, desde já ir pensando qual postura vai assumir diante do processo saúde-doença-morte, pois este exercício é o dia-a-dia da Medicina.

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A Enfermeira

1.      Qual é o seu nome?
Greice Petronilho Prata Carvalho

2.      Qual a sua profissão?
Enfermeira

3.      Onde trabalha?
Bolsista pós-graduação mestrado em enfermagem- UNIRIO

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? – fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
A escolha deu-se pela delimitação das profissões que abrangem a saúde, área de identificação. Participei, também, de palestras, em cursos preparatórios durante o pré-vestibular, ministradas por profissionais de diversas especialidades. Esta fase foi marcada por grandes dúvidas e expectativas, mas priorizei uma profissão que me proporcionasse um mercado de trabalho acessível, onde poderia me inserir assim que terminasse a graduação. As principais pessoas que me incentivaram nessa época foram meus pais e irmãos.

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Tive a oportunidade de vivenciar a assistência a nível hospitalar e básico (PSF), onde o cotidiano é marcado pelo cuidado direto ao usuário. O enfermeiro realiza uma assistência integral a este cliente, desde a triagem e acolhimento, a realização de procedimentos técnicos, identificação, avaliação e tratamento das doenças, além do acompanhamento de clientes que necessitam de reabilitação. Também atua na educação e promoção em saúde da comunidade, onde o enfermeiro é principal veículo de informação a população. Hoje vivencio a docência, onde vejo outras possibilidades de atuação da enfermagem, ora em pesquisas científicas ora como professor de graduação.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
A enfermagem é uma profissão generalista, ou seja, é necessário o profissional em todos os níveis, seja na atenção ambulatorial, em Programa Saúde da Família, Unidades de Pronto Atendimento, Hospitais em geral, a nível central nos centros de fiscalização de vigilância epidemiológica e sanitária, unidades de saúde mental, unidades de dependentes químicos, unidades petrolíferas – saúde do trabalhador, pesquisas científicas e no ensino – médio, superior, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Há diversas possibilidades para o enfermeiro inserir no mercado de trabalho, podendo ser um enfermeiro generalista ou especialista (nefrologista, obstetra, intensivista, sanitarista, etc.).

7.      Qual a média de remuneração?
Depende muito do Estado, área de atuação (CTI, Enfermaria, ambulatórios, centro cirúrgico, plataformas, etc.), cargo (chefia, gerente, gestor, assistencialista) e carga horária (12hX60h, 12hX36h, 24hX48h, 40h semanais, 20 horas semanais, etc.). Em unidades hospitalares a faixa salarial varia de 1.200,00 a 5.000,00. Já a nível ambulatorial 3.000,00 a 7.000,00. Podendo possuir mais de um vínculo empregatício.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
É uma profissão que possui vários campos de atuação, é a maior categoria profissional que compõe as unidades de saúde, tem autonomia sobre o paciente respeitando o código de ética, ascensão profissional e estabelecimento de mais de um vínculo de trabalho. Além de ser uma profissão humanizada, que lida diretamente nas 24 horas no cuidado do cliente.

9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
A principal dificuldade se faz pela desvalorização salarial dessa classe, pois há um grande número de profissionais recebendo o título de enfermeiro em instituições de péssima qualidade, sobrecarregando o mercado de trabalho e causando queda salarial – “Lei da Oferta e da Procura”. As outras dificuldades são iguais a todos os outros profissionais que atuam em unidades governamentais, como: falta de recurso material, recurso humano, espaço físico inadequado, entre outros.


10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Avaliar as diversas profissões abrangentes da área de escolha, e se possível vivenciar a prática do enfermeiro no seu cotidiano do cuidado. É importante saber que todas as profissões possuem obstáculos a serem rompidos e com certeza o sentimento de realização em poder fazer o que mais ama: cuidar!

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 A Advogada

1.      Qual é o seu nome?
Tífanie Avellar Carvalho.

2.      Qual a sua profissão?
Advogada e Técnica Social.

3.      Onde trabalha?
Programa Mediação de Conflitos (Secretaria do Estado de Defesa Social/MG).

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? – fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
Inicialmente, optei por alguma profissão ligada a área de humanas, pois sempre me atraiu o fato de trabalhar diretamente com as pessoas. A escolha pelo curso de direito foi muito motivada pelo meu contexto familiar, pois meu pai e irmãos seguiram esta carreira.

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Trabalhando na política de prevenção junto ao Programa Mediação de Conflitos a atuação da profissão é bastante variada, prestando orientações jurídicas, realizando mediações, auxiliando na elaboração e execução de projetos, dentre outros.
Também no dia-a-dia da minha profissão dedico grande parte do meu tempo para os estudos, focada em concursos públicos, destacando que a dedicação deve ser bem intensa, exigindo muita persistência, pois a cada dia que passa a concorrência é maior e o nível dos concursos também tem se elevado.
Portanto, se a escolha pela profissão for motivada pela área dos concursos públicos, deve ser uma escolha bem consciente e amadurecida, pois a rotina exigida para se obter êxito implica em grande abdicação para se conseguir estudar o suficientemente exigido para o nível dos concursos e da concorrência.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
O campo de trabalho é bem amplo, podendo atuar na área privada (advocacia) ou pública (concursos públicos).
Cabe ainda destacar que, em grandes centros urbanos há uma maior diversidade de campos, como na execução de trabalhos extrajudicias em programas de políticas de segurança pública e proteção social (municipal, estadual e federal), atuação em entidades do terceiro setor ou mesmo contratações com exclusividade para prestar assistência jurídica para alguma empresa de grande porte (ex: hospitais).

7.      Qual a média de remuneração?
Posso dizer que é bem variada.
Na iniciativa privada, trabalhando mediante contratação, a média da remuneração é R$1.500,00 à R$2.000,00. Ainda na iniciativa privada, trabalhando como autônomo (na área da advocacia) pode não haver remuneração (inicialmente), mas dependendo do trabalho a remuneração pode ser bem satisfatória (bem maior que trabalhando como contratado).
Já na iniciativa pública (concursos), pode-se conseguir boas remunerações até o valor R$20.000,00 iniciais.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
É uma profissão que abre muitas oportunidades de trabalho, pois a cada dia que passa, há mais especializações, seja na área de advocacia (onde são inúmeras as especialidades como família, criminal), seja em outras áreas de atuação. O curso também proporciona um grande crescimento pessoal.

9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
Conseguir boa remuneração (salários), uma vez que para obtê-los, é necessário muito esforço, dedicação, persistência na área de concursos públicos (que estão cada vez mais difíceis e concorridos) e também muita competência, contatos e influências na iniciativa privada, haja vista que as contratações são em sua maioria com baixa e média remuneração.

10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Aconselho que assim como a escolha de qualquer outra profissão seja bem consciente, e que não se iludam com o “status” da carreira, pois a realidade tem desmistificado muito este lugar que tradicionalmente o advogado ocupava.
Para aqueles que pensam em escolher o curso de direito já pensando na carreira de concursos, tenham a consciência de que concursos na área jurídica exigem extrema dedicação e abdicação. Portanto, uma dica para estes que almejam esta área (concursos), iniciem os estudos focados em concurso desde o início do curso, pois assim, ganharão tempo e sairão a frente de muitos outros candidatos.

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O Contador

1.      Qual é o seu nome?
Marcelo Batista de Carvalho

2.      Qual a sua profissão?
Contador

3.      Onde trabalha?
 Fusão (comércio de órtese e prótese de crânio e coluna)

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? – fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
Um fator determinante para minha escolha foi o fato de ter tido oportunidade de conhecer a contabilidade aos 14 anos, numa oportunidade como Office boy em um escritório. Meus pais foram fundamentais para essa decisão, com apoio incondicional. Obviamente várias dúvidas surgiram, afinal, não seria qualquer escolha. Será que é essa a profissão que desejo seguir ou apenas uma conveniência? Em termos remuneratórios, seria a contabilidade capaz de suprir meus desejos? Acredito ser preciso um estudo sobre as profissões que desejamos seguir para minimizar possíveis frustrações.

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Bastante subjetivo, sou responsável pelo departamento de controladoria, nosso trabalho é gerar informações que servirão para tomadas decisões e em consequência desse trabalho a pressão é constante. Pressão essa que precisa ser bem administrada para o desenvolvimento do trabalho no dia a dia.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
A contabilidade é bastante ampla, com oportunidades nas áreas pública, financeira, comercial, industrial, de serviços, terceiro setor, auditoria, perícia, entre outras. O mercado exige uma maior especialização dos profissionais, o que aumenta a oferta em determinadas áreas, com isso uma maior valorização profissional e financeira.

7.      Qual a média de remuneração?
Muito subjetivo. Os salários variam entre 1.500,00 a 12.000,00. Mas existem ainda maiores salários.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
O conhecimento em questões como finanças e organização são os principais aspectos em termos de utilização no dia a dia.

9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
A burocracia e a ineficiente máquina pública são grandes dificuldades, mas a principal é a falta de pessoal qualificado, que muitas das vezes encontra com os empresários, quem não contam com o contador numa relação “ganha x ganha”, tem estes apenas para atender a uma exigência legal, o que também é explicado pela má remuneração a alguns profissionais, que por sua vez são profissionais pouco especializados.

10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
A sugestão é uma análise profunda sobre seus desejos. Trabalhar com contabilidade é prazeroso mais também exige um constante estudo e disciplina no dia a dia.

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A Assistente Social


1.      Qual é o seu nome?
Patricia Braga.

2.      Qual a sua profissão?
Assistente Social.

3.      Onde trabalha?
Fuliban.

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? – fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
Quando estava no 2º ano, do 2º grau, comprei uma revista de orientação profissional e após ler sobre todas as profissões optei por tentar o Serviço Social, pois era o que mais se aproximava de meus interesses. Queria trabalhar na área da saúde, especificamente com portadores de HIV/Aids. Conheci uma profissional que me incentivou bastante. Minha mãe não queria nem me dar o dinheiro para inscrição no vestibular porque já sabia que era uma profissão com baixa remuneração e de muita exposição a riscos.

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Depende da área de atuação. Hoje estou num local onde há estímulo a criatividade e ao aprendizado.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
O mercado está mais aberto à profissão, empresas privadas já começam a entender a contribuição que um assistente social pode dar. Quem ainda mais contrata é o setor público, principalmente as prefeituras e o sistema de saúde pública. Com o SUAS (Sistema Único de Assistência Social) as possibilidades foram ampliadas e o conhecimento adquirido na Universidade foi melhor aproveitado, além do estímulo ao trabalho em equipe, compartilhando saberes com profissionais de outras áreas.
7.      Qual a média de remuneração?
Pode variar de acordo com a região do país, com o tipo de empregador e o cargo que ocupa. Existem profissionais que recebem desde 2 a 10 salários mínimos. Não há piso ou teto salarial, e essa é uma luta antiga da categoria.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
A formação e o trabalho do Assistente Social possibilitam uma visão/percepção mais ampliada a respeito da realidade. Um bom profissional não fica preso a uma única versão ou a uma única causa para determinado problema, e consegue fazer conexões que poucas categorias profissionais conseguem.

9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
Na minha percepção, as maiores dificuldades para o sucesso no exercício profissional são: lidar com a falta de educação de qualidade da população; lidar com o jogo político cruel que sempre que “precisa” fazer cortes orçamentários começa pela verba destinada a área social; o pouco investimento na área seja financeiro seja por parte dos próprios profissionais que resistem ou não podem, por questões financeiras, ampliar seus conhecimentos; a remuneração que está longe da ideal; e principalmente a realidade sócio-econômica tão discrepante em nosso país.

10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Sugiro que se informe a respeito das possibilidades de atuação, das restrições para o desenvolvimento de um bom trabalho, da remuneração, e que se possível visite e discuta com profissionais in loco.

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O Administrador
1.      Qual é o seu nome?
Mário Henrique da Costa Nunes.

2.      Qual a sua profissão?
Administrador.

3.      Onde trabalha?
Prefeitura Municipal de São João del Rei e Universidade Federal de São João del Rei.

4.      Como foi para você o processo da escolha profissional? ( fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos).
Quando eu estava à época do vestibular senti muitas dúvidas. Especialmente se era administração mesmo o que eu queria. Pensava também na possibilidade de fazer economia, ciências contábeis ou até história, já que eu tinha uma grande afinidade com esta matéria.
O que me ajudou a discernir qual a profissão a seguir foi a leitura sobre estas e outras profissões, a perspectiva de emprego após formado, o que o profissional faz, as disciplinas que são estudadas no curso. Estes foram, sem dúvida, os fatores que mais me influenciaram na escolha do curso.
As pessoas que me motivaram foram, sem dúvida, meus pais e irmãos que me apoiaram quando eu decidi que iria prestar vestibular para administração e “colocaram fé” de que eu seria um bom profissional. Isso me deu força e alegria também durante o meu curso.

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Atualmente sou administrador na Prefeitura de São João del Rei. Trabalho então com administração pública especialmente nas áreas: planejamento institucional, planejamento urbano, habitação e projetos.
Na universidade sou professor contratado, atuando no ensino de algumas disciplinas. A docência também pode ser uma área de atuação dos administradores.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
Um dos fatores definitivos na decisão de cursar administração muitas vezes são as diversas possibilidades de campos de atuação que o administrador dispõe.
Os administradores, em sua formação, terão de ser habilitados a planejar, organizar, dirigir, controlar as organizações.
As organizações que eles podem trabalhar são de forma geral divididas em três categorias, como segue:
a) empresas privadas: são as empresas em geral, desde as micro e pequenas empresas até as multinacionais. Podem estar ligadas ao setor primário (agricultura e extração), setor secundário (indústria) ou setor terciário da economia (prestação de serviços).
b) organizações públicas: são as organizações públicas federais, estaduais, municipais, tais como ministérios, secretarias de estado, prefeituras; bem como em órgãos dos três poderes: legislativo, judiciário e executivo de administração direta ou indireta (autarquias como a Cemig, Cohab, Copasa, Sabesp, etc).
c) Organizações do terceiro setor: são as organizações formadas por membros da sociedade civil, portanto, privadas, mas que não têm a finalidade lucrativa como as empresas. Não são do setor governamental, nem são do mercado, mas realizam um trabalho destinado a um fim público. Compreendem organizações como Creches, fundações, associações comunitárias, movimentos sociais, organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs), organizações não governamentais (ONG’s), organizações religiosas, dentre outras.

Com quais áreas o administrador pode trabalhar:
administração financeira, administração hoteleira, administração hospitalar, administração da produção, administração pública, administração de recursos humanos, administração rural, administração do terceiro setor, auditoria, comércio exterior, controladoria, empreendedorismo, gestão ambiental, gestão da qualidade, logística, marketing, dentre outras áreas.

7.      Qual a média de remuneração?
Em novembro de 2005, a Folha de São Paulo publicou um artigo que demonstrava as médias salariais mais altas do Brasil, a partir da pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas – FGV: “O Retorno da Educação no Mercado de Trabalho”.
Apesar de decorridos 5 anos desta publicação, a mesma ainda pode servir como ilustração. De acordo com relatado na pesquisa, a Administração era profissão que desfrutava do segundo melhor salário d ranking, tendo a medicina galgado a melhor posição. Segundo este mesmo estudo, o Salário médio do profissional graduado em administração era R$ 4.006,61. Já o salário médio dos profissionais da administração que já haviam terminado o curso de mestrado ou doutorado era R$ 8.012,10.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
Acho que a diversidade de possibilidades de atuação profissional, a matéria do trabalho e a inter-relação com outras áreas e outros profissionais são pontos positivos e mais atrativos na profissão.

9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
Algumas dificuldades encontradas são: a limitação de recursos disponíveis, que vêm a ser um desafio para o profissional; as culturas de trabalho inadequadas, baseadas no amadorismo, bem como modificar as estruturas já estabilizadas no ambiente de trabalho e na própria empresa ou organização.

10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Buscar entender o papel da administração e dos administradores antes mesmo de entrar no curso, se torna imprescindível, pois se for verificado que se tem grande afinidade com as áreas de atuação, com as disciplinas do curso, poderá ser a escolha pela administração uma possibilidade de se chegar à realização profissional.
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O Auxiliar Administrativo



1.      Qual é o seu nome?
            Wilian Souza dos Santos.

2.      Qual a sua profissão?
            Auxiliar administrativo.

3.      Onde trabalha?
Núcleo de Prevenção à Criminalidade Sabará, por meio da Secretaria de Estado de Defesa Social.

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? – fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
Para escolha da minha profissão atual, houve, no princípio a preocupação de uma continuidade no mercado de trabalho (necessidade), mas com a verificação da continuidade as atividades chamaram a atenção.

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Dinâmico, muitas atividades diferentes durante os períodos do ano e isso faz a diferença para o dia-dia.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
O campo de trabalho é valorizado e desvalorizado, essa variação ocorre com a mudança do ambiente de trabalho. A possibilidade é que com esse trabalho é possível conhecer bem as profissões que matém relação com o meio.

7.      Qual a média de remuneração?
            De R$ 560,00 à R$ 800,00.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
            A oferta de especializado do em alguns departamento dentro de uma empresa.

9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
Organizar da rotina, filtração das rotinas e compartilhamento dos trabalhos  realizados.

10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Que tenha fácil adaptação para as mudanças do ambiente no trabalho.

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O Filósofo

1.      Qual é o seu nome?
Israel da Cunha Mattozo.

2.      Qual a sua profissão?
Professor de Filosofia.

3.      Onde trabalha? (opcional)
Colégio Berlaar São Pascoal; Instituto Sagrada Família; Escola Bilboquê;
UFMG e PUC (periodicamente como professor convidado).

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? (fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos).
Eu iniciei a vida universitária no curso de Psicologia em uma faculdade privada, quando por diversos motivos fui obrigado a abandonar o curso e retomar um cursinho pré-vestibular, com o objetivo de ser aprovado na UFMG. A escolha pela psicologia se deu ao fato de ter uma boa convivência com estudantes de psicologia da UFMG, inteirando-me, mesmo que superficialmente, sobre as problemáticas que orientavam o estudo de psicologia. Com isso, produzi grande facínio pela psicologia e pelas possibilidades de estudos que acreditava me proporcionar.  
Quando retomei o cursinho pré-vestibular conheci um professor de história que durante boas conversas apresentava questões relacionadas à filosofia. Durante uma dessas conversas ele disse que apesar de já ser formado em história, ele também fazia o curso de filosofia em uma faculdade jesuíta reconhecida por sua excelência. A partir daí passei a me inteirar mais sobre as especificidades do curso de filosofia, suas problemáticas principais, as possibilidades de carreira, etc. Passei também a freqüentar as aulas de filosofia que o próprio cursinho disponibilizava. Foi a partir daí que o encanto pela área foi tomando conta de meus ideais e de minha imaginação. Sabia das dificuldades e desafios que a profissão apresentava, mas depois de certo tempo de reflexão, por acreditar que eram exatamente as questões filosóficas que procurava, inclusive quando optei a princípio pelo curso de psicologia, que decidi prestar vestibular para filosofia na mesma faculdade que o professor havia comentado.
Não foi uma decisão fácil. Sabemos da exigência capitalista que estamos submetidos, onde se escolhe profissões não pela sua identificação pessoal e até existencial, mas pelo retorno financeiro e, consequentemente, pelo reconhecimento social que ela lhe proporcionará.
Tinha um grande medo de não ter talento suficiente para a coisa e no decorrer do curso percebi que realmente não tinha. Mas também percebi que se tivesse mais empenho, mais dedicação nas leituras e nas tentativas de compreender os conceitos e pensamentos dos grandes filósofos, conseguiria alcançar meu objetivo.

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Meu dia a dia é bem cansativo. Tenho horários variados em algumas escolas e quando chegam os convites para aulas extras, como professor convidado de algumas faculdades, fica mais difícil ainda, até porque a preparação das aulas para o ensino superior precisa ser mais aprofundada.
Nas escolas o que me dá mais trabalho é o desgaste que se tem com os próprios alunos. É necessário ter controle sobre a turma e isso está diretamente relacionado ao tipo de aula que foi planejada. As aulas precisam ser criativas e próximas à realidade deles. No ensino superior, como já adiantei, é preciso ter maior preparação intelectual. A preocupação fica com a própria capacidade intelectual sobre o conteúdo, com isso, a carga de leitura para a preparação da aula é bem maior e mais aprofundada.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
O campo de trabalho não está tranqüilo como, acredito, ser a realidade da maioria das profissões. Mas com a aprovação da obrigatoriedade do ensino de filosofia nas turmas do ensino médio de todas as escolas, surgiram novas vagas. Existe uma nova frente de trabalho que está surgindo para a filosofia. Estou me referindo à filosofia para crianças. Diversas escolas estão demonstrando interesse em adotar o ensino de filosofia para crianças a partir de 03 anos. É mais comum percebermos uma abertura para crianças a partir de 06 anos.
Antes mesmo de me formar, pesquisei sobre como esse trabalho era desenvolvido e acabei me submetendo a um curso específico de filosofia para crianças. Em seguida, formulei uma proposta de trabalho e apresentei em algumas escolas, o que me rendeu trabalho em duas escolas já na seqüência do curso.
No ensino superior as vagas são mais escassas. Obviamente é exigido pós-graduação, mas percebo que para a área de filosofia é necessário no mínimo o mestrado. Se o objetivo for lecionar para um curso específico de filosofia, aí percebo que o doutorado é que será necessário.

7.      Qual a média de remuneração?
A realidade salarial nas escolas públicas, como já sabemos, não é satisfatória. Mas para quem está começando pode ser um início razoável. Para um professor que trabalha em um período, ou seja, todas as manhãs ou tardes ou noites, a média salarial é de R$ 1.000,00.
Nas escolas particulares a remuneração chega a quase o dobro do que é oferecido pelo Estado. Isso dependerá da proposta salarial que cada escola assume. As escolas maiores não pagam o mínimo exigido pelo sindicato dos professores, pagam em torno de 30% chegando até 100% a mais do mínimo.
No ensino superior a hora aula paga para o professor também dependerá da instituição e do seu grau de instrução. Existe uma base salarial para quem tem apenas uma especialização, outra para quem tem mestrado e outra para os doutores. Mas uma média a ser paga por hora aula para mestres é de R$ 30,00. Se o professor acarretar uma carga horária que chegue a ocupar os horários das manhãs, por exemplo, o salário pode chegar à média de R$ 4.000,00. É claro que o professor pode ter uma carga horária maior ou menor, lecionar em uma ou em várias faculdades. Por isso, o salário é bem variável. Um professor doutor que conheço, leciona em três faculdades e ainda é coordenador de uma pós-graduação recebe o salário próximo de R$15.000,00.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
As próprias reflexões que a profissão oferece são, a meu ver, muito satisfatórias. É impossível estudar filosofia sem que se suspendam determinados valores, sem que se revise a própria vida. Mas para quem não tem interesse por questões filosóficas, ela não faz o menor sentido. Seria perda de tempo.
Outra grande satisfação é conseguir proporcionar para seus alunos momentos únicos de reflexões sobre suas vidas e sobre a realidade em que está inserido. Essa também é uma satisfação que, como já dizia a propaganda, não tem preço.

9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
As dificuldades são várias, mas uma delas é comum a todos os professores de todas as áreas: levar trabalho pra casa. É preciso preparar as aulas em casa. Essa seria uma dificuldade, mas não a maior.
Aponto como a maior dificuldade a instabilidade profissional. Tanto nas escolas como nas faculdades, a preocupação sobre se iremos continuar no próximo ano ou no próximo semestre é constante e até certo ponto constrangedora. Em função dessa preocupação os professores, muitas vezes, se vêem coagidos a submeterem-se a situações impostas pelas instituições que são muito desagradáveis. Mas para não correr o risco de não ser convocado para o próximo ano ou semestre, o professor se submete a determinadas situações.

10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Faça uma auto-análise e procure compreender se você gosta da filosofia a tal ponto de sacrificar determinadas exigências sociais. Se você não gosta de realizar leituras, não faça filosofia, mas se você só tem dificuldade de ler textos grandes, de compreendê-los não acredito que isso seja motivo para desistir. Nossa educação tradicional não nos prepara adequadamente para sermos grandes leitores, mas essa habilidade pode vir com o tempo, com persistência.
Mas se você tem grande interesse pelas questões filosóficas da vida, por reflexões e manuseios de conceitos, acredito que terá grande sucesso na profissão e que conseguirá realizar-se. Até porque o retorno financeiro só virá para quem conseguir acumular uma boa produção filosófica e isso só será possível se você gostar mesmo da coisa.

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A Funcionária Pública

1.      Qual é o seu nome?
Marli Rodrigues Oliveira Vitor.

2.      Onde trabalha?
Fundação Hemominas.

3.      Como foi para você o processo da escolha profissional? ( fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos).
Os fatores que me atraíram na profissão foram principalmente a estabilidade               profissional e a certeza de salário garantido no final do mês. Além disso, tem um aspecto que me incentivou muito na escolha por ser uma funcionária do Estado: a questão de ter um patrão indireto, porque temos chefes, mas o patrão mesmo é o Estado.

4.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Rotineiro. Exige-se o cumprimento de horário. Engloba muito compromisso, aciduidade. Enfim, é bem regrado.

5.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
Não existem muitas possibilidades de crescimento, não há um plano de carreira. Só atraves de novos concursos.

6.      Qual a média de remuneração?
Em média são R$ 600,00.

7.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
Estabilidade profissional e tranquilidade de saber que não vai ser mandado embora “à toa”, havendo assim, pouco risco. Outro aspecto positivo, ressalta-se pela carga horária de trabalho que se compõe por 6 horas trabalhadas no dia. Existem outros concursos que oferecem a opção de carga horária dentro do período de 8 horas dia, mas o que descrevo aqui é referente a minha função.


8.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
Baixa remuneração, o que propicia menor qualidade de vida.



9.      Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão
Ter um curso superior para poder fazer um concurso melhor, no qual a remuneração pode ser mais satisfatória.

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A Socióloga

1.      Qual é o seu nome?
Lígia Garcia.

2.      Qual a sua profissão?
Sou socióloga e cientista política.

3.      Onde trabalha?
Trabalho no setor público

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? (fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos)
No período no qual me formei, início da década de 1980, buscávamos nas Ciências Sociais conhecimentos que nos permitissem romper espaços políticos e construir e participação política na vida coletiva do nosso país; as Ciências Sociais nos permitiam, dentro das discussões teóricas, e, óbvio colocando estas discussões em prática através da militância, visualizarmos a construção deste espaços múltiplos e constituí-los, coletivamente; dúvidas eram muitas, pois nem mesmo tínhamos ainda um regimento próprio do sociólogo; ou sindicato da categoria; mas, fizemos nascer estes recursos;  meu maior incentivador foi e continua sendo, o doutor professor Michel Le Ven; aprendi com ele tudo que sei e fiz na vida social e política; francês, ele veio para o Brasil em 1968 e se misturou a nós atuando nos espaços dos trabalhadores metalúrgicos;  filósofo, doutor em História, dedicado à organização dos movimentos sociais pelo trabalho e principalmente pela ruptura da ditadura militar no Brasil de então, lutou e foi perseguido e preso; nos trouxe muitos incentivos para lutarmos pela liberdade política; e lutamos e vencemos. Medos?  não os conheci.

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Depende do programa de política publica no qual estou atuando; como sou servidora publica a diversidade do programa está presente sempre, dependendo do programa de governo de determinado período.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
Bastante diversificadas e abertas, realmente à liberdade de escolha, as áreas e as possibilidades; da sua vocação pela política social à sua vocação pela estatística e diagnósticos sociais, são muitas suas escolhas.

7.      Qual a média de remuneração?
Esta é uma resposta difícil; sociólogo não tem boa remuneração; com algumas exceções.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
A profissão de sociólogo nos traz gratificações subjetivas, podendo ou não termos remunerações satisfatórias; no entanto, em um país como o Brasil cujas desigualdades sociais profundas permanecem, embora o esforço do presidente atual, Luiz Inácio Lula da Silva, tenha sido de profunda importância para reduzí-las.

9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
São muitas e diversificadas, dependendo do quadro político no qual estejamos atuando, porque trabalhamos com política pública, a maioria dos sociólogos, e somos limitados pelos programas de governo; por outro lado, temos como provocar mudanças, apresentando propostas inovadoras, originais, porque nossa categoria profissional nos permite visão ampliada da realidade social, geral ou especifica, visto que temos preparação como pesquisadores e como leitores críticos da realidade ali ou futura para se construir.

10. Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
A profissão é muito interessante; ela nos traz diariamente recortes variados do conhecimento nos seus fortes matizes: economia, história, política, filosofia; isto é muito interessante porque o dinamismo dos matizes do conhecimento nos possibilita sermos profissionais com sensibilidade e capacidade de visualizarmos as contradições, convivermos com elas e o lugar confortável da sociologia crítica, ao nos trazer a possibilidade de traçarmos outras realidades bem melhores, não só para nós, mas para o coletivo social, objeto de nossa escolha profissional.

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A Psicóloga

1.      Qual é o seu nome?
Anna Cláudia Eutrópio Batista d’Andrea.

2.      Qual a sua profissão?
            Psicóloga e Professora.

3.       Onde trabalha?
   Na Univiçosa, na Martins Pereira (Vale Juventude) e no meu consultório.

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? – fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
Bom, eu resolvi ser psicóloga aos 12 anos, por influência de um tio que é psiquiatra. Esse tio representava (e representa) para toda a família uma referência de equilíbrio, e é o grande conselheiro das questões familiares. No meu imaginário infantil, se eu fosse psicóloga ou terapeuta teria esse reconhecimento que a família atribuía a esse tio. Com 13 anos resolvi fazer terapia pra saber se eu queria mesmo ser psicóloga e conhecer a profissão mais a fundo. Com 16 anos fiquei em dúvida entre psicologia e pedagogia e fui ser ajudante de maternal em uma escolinha infantil. As donas dessa escola, uma psicóloga e uma pedagoga, foram super importantes. Elas me aconselharam a fazer psicologia e fazer magistério pós-médio. E foi o que fiz. Com isso, hoje sou psicóloga e professora. Já atuei na educação básica e agora atuo no ensino superior.

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Minha profissão exige dedicação e muita concentração. Dependendo de qual subárea você atua, sua rotina será muito diferente. A psicologia possui muitas subáreas, como psicologia clínica, psicologia escolar, psicologia social, psicologia organizacional, psicologia hospitalar, psicologia do esporte, entre outras. Assim, dependendo de qual é sua área de atuação sua rotina é de um jeito. Atualmente dou aulas na parte da manhã e atendo no consultório à tarde.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
O campo de trabalho da psicologia tem crescido muito. Como falei na resposta anterior, existem muitas subáreas e muitas em franca expansão. O importante é você conhecer a si mesmo e descobrir qual área combina com seus talentos.

7.      Qual a média de remuneração?
Em média, um psicólogo em começo de carreira ganha por volta de R$ 1.500,00 reais, no meio da carreira uns R$ 3.000,00 reais e no auge da carreira em torno de R$ 6.000,00.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
A possibilidade de crescer sempre e nunca se estagnar. Como trabalhamos com gente, vemos que as pessoas e a sociedade estão sempre em mutação, assim, temos que estar sempre nos atualizando e nos repensando, isso é maravilhoso. Raramente você vai encontrar um psicólogo com grandes crises sobre o sentido do trabalho. Trabalhamos em vários níveis para o bem estar da população e isso é muito gratificante, mesmo que desafiador.

9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão? 
Em alguns lugares que atuamos não temos a estrutura necessária para fazermos exatamente o que acreditamos e isso é muito difícil. Também encontramos uma certa solidão quando estamos no consultório.

10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Siga seu coração, busque seus talentos e se gostar de gente e de construir um mundo melhor, bem vindo à psicologia!

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O Zootecnista

1.      Qual é o seu nome?
Luiz Eduardo Avelar Pucci
                                                                                                   
2.      Qual a sua profissão?
Zootecnista

3.      Onde trabalha?
Atualmente no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), como Bolsista de Pós-Doutorado Júnior/CNPq

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? – fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
Primeiramente, houve influência familiar, devido ao trabalho do meu pai. Há trinta e seis anos ele trabalha no ramo de nutrição animal, e o principal foco do Zootecnista é a produção animal no qual está inserido esta especialidade, ou melhor, ramo. A principal dúvida sempre foi como seria a inserção no mercado de trabalho, sendo o Brasil um país com uma política agropecuária instável e por muitas vezes injusta. Alguns professores, os melhores, me incentivaram bastante, e também ajudaram com conselhos para qual especialidade escolher. O desestimulo ficou por conta dos maus professores que na verdade são profissionais desiludidos.  

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Como trabalho com ensino e pesquisa, meu dia-dia é na Universidade com aulas para o curso de graduação em zootecnia e agronomia. Na pesquisa, atualmente sou responsável pela montagem do Laboratório de Qualidade de Carne que está dentro do Laboratório de Ciência Animal do Departamento de Zootecnia da UFLA.

6. Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
O Zootecnista pode atuar em qualquer atividade de Produção Animal, desde a concepção do projeto, até ao desenvolvimento de dietas e supervisão de vacinas; fábricas de Ração ou dispensão do mesmo; frigoríficos; centrais de Inseminação; empresas privadas com foco na produção animal; representação e venda de produtos relacionados com a produção animal; laboratórios de análise de alimentos destinados a animais; laboratórios de Genética Zootécnica; Produção, Implantação e Manejo de Pastagens; Melhoramentos Genético dos Rebanhos e Pastagens; Planejamento e Execução de projetos de Instalações para Produção Animal; Prevenção de Enfermidades; Manejo e Criação de Animais Silvestres; Pesquisa nas áreas de Produção Animal; Ensino de Zootecnia e Administração de Propriedades Rurais e Indústrias do gênero.

7. Qual a média de remuneração?
A remuneração do profissional em Zootecnia irá variar em função da área de atuação, do cargo que ocupa e da função que exerce. Há salários a partir de R$ 3.500,00 no começo de carreira, como acontece na área de vendas de produtos e insumos para animais. Quanto as remunerações superiores há salários de R$ 12.000,00 para os cargos de chefia, de diretoria e de gerência em empresas privadas, como também para funcionários públicos de autarquias estaduais e federais como Universidades, Ministérios, Órgãos de Pesquisa e Secretarias.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
Trabalhar não somente na produção animal, mas também com pessoas. Conhece-se muitas pessoas, de todas as camadas sociais, desde o retireiro até o diretor de uma multinacional do ramo agropecuário. Você valoriza todos os trabalhadores que compõem o processo de produção de produtos de origem animal. E lembrar sempre, que os animais tem de ser tratados com muito respeito e carinho, pois é deles que se tiram os principais e mais nobres produtos que são usados na alimentação humana.

9. Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
A falta de um Conselho independente. Infelizmente estamos vinculados ao corporativista Conselho Federal de Medicina Veterinária, cujos objetivos, na minha opinião, divergem dos interesses dos Zootecnistas. Há anos estamos lutando para a criação do Conselho Federal de Zootecnia, e espero que em breve isto aconteça, tornando a profissão mais valorizada e visada, sem a sombra da medicina veterinária.

10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Lutar pela criação de um Conselho próprio; preocupar com o meio ambiente (poluição); criar animais de uma maneira sustentável; utilizar os recursos naturais na produção animal de maneira racional; diminuir o volume de dejetos gerados pela produção animal, utilizando-os como fontes de energia renováveis; ser um profissional a frente do seu tempo, preocupando-se em produzir animais que transformam alimentos de baixo valor nutricional em alimentos nobres à um baixo custo, e consequentemente, acessíveis à população; e principalmente, ao se formar Zootecnista, também formar cidadãos conscientes da sua responsabilidade e ética profissional, transformando-as na sua maior contribuição para a construção de uma nação respeitável e respeitosa para com os seus semelhantes.

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A Administradora

1.      Qual é o seu nome?
Pauline Fernandes de Almeida.

2.      Qual a sua profissão?
Sou administradora.

3.      Onde trabalha?
Em um sindicato patronal filiado ao Sistema FIEMG, como coordenadora.

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? – fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
A escolha desta profissão se deu com o apoio de alguns amigos, mas principalmente, com o acompanhamento que recebi na escola em que estudava. Eles ofereciam aos alunos um trabalho de “orientação profissional”. No último ano do ensino médio recebemos um acompanhamento intenso nesse sentido. Meu sonho sempre foi ser arquiteta, esse estudo profissional apontou também para essa possibilidade, mas principalmente para a área administrativa. No momento da decisão escolhi administração porque acreditava que teria mais oportunidades. Aquele foi certamente um período de muitas dúvidas e medos, mas o que me tranqüilizou foi pensar que a escolha por esta ou aquela profissão não significa necessariamente a opção de uma vida. Podemos fazer mais de um curso acadêmico ou um técnico ou trabalhar em algo completamente diferente daquilo que estudamos.

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
De muito trabalho e competição. É uma profissão exigente, as empresas normalmente solicitam profissionais de faculdades renomadas; como pelos dois idiomas fluentes; experiência internacional; pós-graduação; os processos seletivos são muito exigentes, etc. Além disso, os bons salários só são alcançados depois de cinco ou seis anos depois de formados. Eu não tenho experiência internacional, mas estudo línguas, já fiz pós, também estudei em uma boa faculdade e continuo estudando.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
De várias possibilidades. Um administrador pode atuar em qualquer tipo de negócio, como gerente, diretor, supervisor, etc., nesses casos em um nível estratégico, intermediário. Mas há também a possibilidade de especialização em apenas uma área, como finanças, recursos humanos, logística, por exemplo.

7.      Qual a média de remuneração?
Um profissional recém formado ganha entre R$1.500,00 e R$2.000,00. Existem programas de trainee que oferecem entre R$ 4.000,00 e R$6.000,00.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
A possibilidade de trabalhar em qualquer tipo de empresa, como colaborador ou proprietário. Um profissional que se qualifique, estudando línguas e se especializando tem um campo de trabalho bastante amplo.

9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
É uma área que recebe muitos novos profissionais a cada ano e por isso, além de outros fatores, é muito competitiva. As exigências para um profissional de administração são cada vez maiores e mais restritivas.

10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Que estude bastante, esteja disposto a fazer muitos cursos e se possível estudar em outros países. 

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A Advogada


1.      Qual é o seu nome?
Grasielle dos Reis Rodrigues.

2.      Qual a sua profissão?
Advogada.

3.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? - fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
Eu tinha muita dúvida antes de optar por esse curso, pois sempre fui uma pessoa muito dinâmica, comunicativa e esportista, ou seja, achava que os profissionais do Direito eram muito sérios e ficavam sempre “infurnados” em escritórios lotados de livros enormes e “gordos”(...) e que eu nunca daria conta de viver assim. Entretanto, meu pai sempre me incentivou, mesmo não trabalhando diretamente com a área, dizendo que era um curso muito bom e com um leque grande de opções profissionais, além de dar retorno financeiro. Então comecei a pensar e pesquisar sobre o curso de Direito e tentar detectar meu real interesse nele. Percebi que conhecer meus direitos e deveres era muito importante e que, para além disso, eu poderia ajudar muitas outras pessoas. Meus maiores medos eram de adaptação com o curso e de dar conta de todo o status que o Direito tem, ou seja, não desapontar a mim mesma e a outros.

4.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
O Dia-a-dia de trabalho exige muito empenho. Quando se gosta e se aprende a gostar do que faz, cada causa assumida acaba sendo um desafio e uma aventura a ser vivida. Para ser advogado(a) precisa ter vontade de fazer justiça, de se doar o quanto puder para garantir o direito de uma outra pessoa, ter realmente sede de lutar em prol de alguém e buscar sempre se fazer justiça fundamentando todas as nossas alegações com os dispositivos da lei. E se atualizar sempre com as modificações da legislação, que é muito constante, por isso exige dedicação nos estudos e na busca de informações nos variados meios de comunicação. O papel do advogado é representar uma outra pessoa perante a justiça, sendo o seu porta-voz e fazendo o que tiver em seu alcance para defendê-la perante a lei, com muita ética e honestidade.

5.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
O leque de oportunidades que o Direito possibilita é imenso. Para mim, é o maior de todas as profissões, porque não limita ninguém a uma profissão só, ou seja, para esclarecer melhor vou citar alguns exemplos práticos que não desmerecem nenhuma profissão, ao contrário, são apenas reais: quem se forma em medicina se torna médico; quem se forma em engenharia se torna engenheiro; quem forma em psicologia se torna psicólogo, e assim vai (...), mas quem se forma em Direito se torna bacharel em Direito. O que quero dizer com isso? Quero dizer que um bacharel em Direito tem a opção de ser Delegado, de fazer a prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e se tornar advogado, fazer magistratura (seguir a carreira de Juiz), ser promotor de Justiça, Defensor Público, Oficial de Justiça, professores de cursinhos preparatórios e universidades, fazer concursos públicos em diversas áreas jurídicas que exigem essa graduação ou outros concursos que exijam noção de direito (o que já é um grande passo com relação aos concorrentes), dentre muitos outros.

6.      Qual a média de remuneração?
Bom, depende muito da área de atuação e da profissão escolhida. Por exemplo, juizes e promotores recebem em média R$ 19.000,00; Defensores Públicos recebem quase R$ 7.000,00; advogados podem ganhar isso, menos ou até mais que todos, pois são profissionais liberais com possibilidades de fazerem seu próprio salário, mas dependerão de muita dedicação e um tempo relevante na profissão para se estabilizarem financeiramente; professores de cursinhos e universidades recebem, normalmente, por hora/aula (daí vai de cada instituição e profissional); quanto a concursos públicos, as remunerações são bem variadas, deve-se acompanhar o descrito nos editais, mas é muito raro se ver menos do que R$2.100,00.

7.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?

O Curso de Direito é realmente encantador. Conseguimos levar a nossa realidade para cada matéria aprendida, uma vez que somos sujeitos de direitos/deveres e nos deparamos com eles em todos os lugares onde vamos e em todos os momentos da nossa vida (ou até antes mesmo de nascermos), seja indo em uma padaria (Direito do Consumidor), seja pagando impostos (Direito Tributário), seja no trabalho (Direitos Trabalhistas), seja na nossa própria casa (Direito de Família), dentre outros vários. Isso é bem positivo. Mas, especificamente quanto à advocacia, é muito satisfatório quando se consegue um bom resultado em uma causa na Justiça, tanto pelo cliente quanto por uma própria satisfação pessoal.

8.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
As maiores dificuldades que eu entendo são as de que nenhuma causa é garantida. Sempre dependemos de vários fatores para termos sucesso em uma ação e nunca podemos garantir que “ganharemos” uma causa ou não, pois para isso existem vários fatores, inclusive o de que teremos uma terceira pessoa para julgar a nossa causa (juiz) e de que se terá um outro(a) advogado(a) do lado oposto também lutando pelo cliente dele. É bom esclarecer que o advogado não deve trabalhar para ganhar ou perder uma causa, pois o trabalho dele não é o de resultado, já que isso não depende só dele, o que depende dele e ele deve fazer é utilizar de todos os meios que a lei lhe permitir para defender os direitos do seu cliente e garantí-los ao máximo, sempre com muita ética.

9.      Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Primeiramente a minha dica é ressaltar que o Direito é um curso encantador e importante, onde você adquirirá não só conhecimentos para uma profissão, mas para a vida cotidiana, já que todas as nossas relações envolvem de alguma forma direitos/deveres. Além disso, considerando que o Direito tem um leque grande de profissões, deve-se ficar atento e perceber sua vocação. Se você não souber isso agora, saiba que no decorrer do curso de Direito, caso seja seu escolhido, você encontrará uma “luz no fim do túnel”, pois acompanhará, mesmo que indiretamente, as carreiras dos seus professores; terá palestras, seminários e congressos sobre várias questões na área jurídica (até mesmo na própria faculdade); praticará as teorias adquiridas em estágios, dentre outros, mas nunca deixe de fazer uma auto-avaliação e se perceber. Tenha fé em Deus e nunca desanime em meio às dificuldades do curso. A perseverança lhe dará boa recompensa e paz. Quando pegar o canudo do diploma já se dará por satisfeito. Mas não se acomode! Esse é um grande passo, mas não o único. “A vida é uma eterna aprendizagem!” (Sérgio Luiz)

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O Educador Físico

1.      Qual é o seu nome?
Valdeci.

2.      Qual a sua profissão?
Educador Físico ( provisionado, não graduado).

3.      Onde trabalha?
Academia Styllus desde 1995.

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? – fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
Foi por acaso que iniciei na área. Não pensava em trabalhar com educação física, até o momento em que me machuquei no trabalho anterior, adquirindo uma hérnia de disco. Fato que ocasionou uma necessidade de tratamento prolongado e o ingresso na natação como terapêutica complementar. Foi daí que, conversando com o instrutor e não podendo mais trabalhar em montagens, que era o que eu fazia até então, decidi montar a academia. Posteriormente diante da falta de professores, fui levado a fazer cursos para, a princípio, cobrir faltas e férias até me tornar profissional e me qualificar com o curso de profissionais provisionados da UFMG. Hoje o ingresso na área se dá somente através da graduação.Quanto aos Medos, eles vieram depois que a academia foi crescendo e me vi diante de outras necessidades frente as quais também não estava qualificado, entre elas a que mais me dificultou e até hoje me incomoda é relativa a administração, ou seja, o trabalho burocrático de contabilidade, banco, prefeitura etc..

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Tem duas questões que são importantes, uma é o trabalho específico da profissão de educador físico, com o qual me identifico muito e tenho muito prazer em lidar com pessoas e poder ajudar de alguma forma, para que elas se sintam melhores consigo mesmas. É um trabalho que me deixa pra cima, motivado. Outro aspecto é quanto ao trabalho, já mencionado na questão anterior, que implica a parte burocrática, e este não tem nada a ver comigo. Acho que é um dado a se pensar quando as coisas se misturam e aí, eu me vejo numa situação, onde não tenho condições de pagar alguém para fazê-lo por mim e não gosto, nem me sinto bem em ter que fazê-lo.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
A maioria trabalha em academias, clubes, escolas e alguns como personal training. Embora pareça um campo amplo dado às possibilidades vinculadas ao esporte e a qualidade de vida, e tendo cada vez mais os profissionais da saúde e da mídia fazendo propagandas de sua importância. Muitos só buscam a atividade física quando o médico manda, mesmo assim, a maioria não persiste, fazendo com que haja muita rotatividade nas academias. Já no contexto escolar é diferente, pois os alunos são “obrigados” a praticarem educação física, mas as vagas são poucas. Para o trabalho de Personal, exige-se uma boa rede de relacionamentos. Existe uma grande expectativa para os próximos anos sob a influência das olimpíadas, pois grandes eventos esportivos geralmente estimulam as pessoas a imitarem os modelos que aprecem na TV.

7.      Qual a média de remuneração?
Depende da região na própria cidade, temos uma cultura de não valorizar o profissional de Educação Física, vejam um exemplo: geralmente se gasta muito mais numa festa em um final de semana, do que em um mês numa academia. Não é a toa que BH é a capital do buteco. O salário base da categoria é baixo. No caso de se trabalhar em escola vai depender de quanto a escola paga por hora/aulaSe o motivo pela escolha for este, não aconselho, pois a realidade da maioria não é boa.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
É bom para quem gosta de trabalhar e envolver com pessoas, ocorre muitos vínculos relacionais, muitas atividades que divertem e favorecem à saúde e qualidade de vida, nesse ponto creio que supera o fator negativo da remuneração e aí sim vale a pena investir. Estar em contato com o corpo, o movimento, com a natureza, com a vida é um prazer.
9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
Depende do ponto de vista, não creio que haja dificuldades gerais da profissão, penso que toda profissão tem suas características e vai depender das habilidades de cada um para seguir em frente. Seria assim, desafios a serem superados como qualquer outro nas nossas vidas, diante de nossas limitações, pois não podemos tudo.

 10. Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Que avalie bem seus motivos de escolha, não pensar apenas que: “porque gosto de esporte, logo, vou fazer educação física”. Esse é o maior erro. A pessoa deve gostar de ensinar, de relacionar, deve ter paciência para ensinar e atender a públicos diversos, gostar do que faz.

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A Fisioterapeuta

1.      Qual é o seu nome?
Amanda Guiduci Marcial

2.      Onde trabalha?
Sou autônoma, atuo com fisioterapia geriátrica domiciliar.

3.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? – fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
Pensei em estudar fisioterapia quando precisei fazer minha escolha para o vestibular. O campo da fisioterapia me atraiu pelo fato de ser da área da saúde, no qual é necessário cuidar de pessoas. Houveram inúmeras dúvidas, pois nunca havia realizado uma pesquisa sobre a profissão para efetivar minha escolha. Quanto as pessoas que me motivaram posso citar meu avô paterno, que precisou do tratamento de fisioterapia. Mas houveram várias pessoas que me desestimularam por acreditarem ser uma profissão pouco conhecida e sem perspectiva de crescimento econômico.

4.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Necessário paciência e determinação. Como trabalho em domicílio, na área geriátrica, é possível atender uma média de 7 pacientes por dia.

5.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
O campo de trabalho é vasto, em várias áreas que se assemelham às especialidades médicas, como por exemplo a geriatria, a neurologia, a respiratória, etc. As possibilidades depende muito da determinação do profissional em conquistar seu espaço.


6.      Qual a média de remuneração?
Variável, o conselho determina o valor de R$60,00 a sessão domiciliar. Existe uma tabela, que pela ética deveria ser respeitada e seguida, mas na prática muitas vezes a concorrência é desleal.

7.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
Sua utilidade, mas percebo estar ameaçada pelas condutas inadequadas que, muitas vezes, não trazem resultados.

8.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
A principal dificuldade na minha área (fisioterapia geriátrica domiciliar) é o trânsito de veículos na capital.

9.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Investir em conhecimento e contato com outros profissionais.

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O Turismólogo

1.      Qual é o seu nome?

Pedro da Silva Olive.

2.      Qual a sua profissão?
Turismólogo e Hoteleiro.

3.      Onde trabalha?
Minha profissão me dá um leque de opções e hoje por falta de uma colocação específica no mercado, estou dando consultoria e trabalhando de freelancer com viagens e roteiros.

4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? (fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos).
Eu resolvi estudar Turismo pelo motivo que entendo como óbvio pra mim. O Turismo tem a segunda maior movimentação de dinheiro lícito no mundo, só perdendo para armas. O Brasil, com suas diferenças culturais e geográficas é um prato cheio para quem quer trabalhar nesse mercado. Buscando o público certo e trabalhando bastante, dá pra ganhar muito dinheiro e viver bem da profissão. Tive medos de não me acertar no mercado, pois minha profissão é livre e qualquer pessoa pode viver do Turismo, o que eu acho errado. Estudei cinco anos. Tive experiências maravilhosas, entender culturas diferentes, acabar com pré-conceitos, isso fez de mim uma pessoa melhor, um cidadão do mundo.

5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
Falar do dia-a-dia não é tão simples. Trabalha-se muito, tem que vender sonhos e imagens, entender o que o cliente está buscando no seu lazer, nas suas férias, tem que entrar em contato com esse lado do cliente. É uma viagem nos desejos, como quem nunca sonhou em ir à Nova York e ver onde foram feitos vários filmes de ação que estamos cansados de ver no cinema. E por aí vai. Entender, compreender, escutar o que o cliente busca e dar a solução e surpreendê-lo. A área de Hotelaria também tem essa pedida, você tem que dar conforto, higiene, boa alimentação e surpreender com pequenas coisas. A diferença está no atendimento. Um cliente satisfeito sempre volta e traz pessoas com ele.

6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
Agora com o Brasil na moda e com os eventos esportivos chegando, a área de Turismo e Hotelaria vai passar por um período de transformação e quem não acompanhar o mercado vai ficar para trás. Haverá muitas inovações na tecnologia da prestação de serviços e as portas estarão abertas. Os profissionais dessas áreas estão lutando para regulamentação da profissão que pode sair a qualquer momento. É um campo bem aberto, pode-se trabalhar com Turismo, seja agência de viagens, organizar eventos, aeroportos, comissários de bordo, trabalhar com ONG´s (Organizações não governamentais), festas, produção de shows, guia de turismo. Em Hotelaria, você tem opções como, gerenciar um hotel, trabalhar com restaurantes, bares, cruzeiros marítimos, entre outras funções interligadas. 

7.      Qual a média de remuneração?
Em um grande centro varia o valor inicial de remuneração dessa área que de certa forma é nova.
Turismólogo: Tem o piso por volta de R$1.200,00
Hoteleiro: Tem um piso por volta de R$1.500,00
Mas são números incertos, pois depende do lugar que vai trabalhar e qual setor.

8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
É a profissão do futuro, principalmente do Brasil. O nosso país só tem como crescer através de um turismo profissional, sem ficar mostrando só as mulatas como cartão postal.  O Brasil é lindo e tem uma cultura riquíssima, precisamos explorar isso da melhor maneira possível e através do Turismo e de preferência sustentável, sem agredir a cultura, o meio ambiente, teremos uma participação maior nas decisões pelo mundo.

9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?

A ignorância. Quando eu falo é no sentido da palavra mesmo. Ignorar uma coisa. A profissão tem que ser vista de uma forma bem ampla. Turismólogo não é só guia de turismo, é guia de turismo também. E Hoteleiro não é só recepcionista de hotel, tem competência para isso, mas pode estar em qualquer setor do hotel.
A falta de interesse em investir em turismo, seja no Brasil, no estado ou mesmo na cidade. Falta de interesse comercial, falta de visão, faz com que a profissão não seja tão bem vista como deveria ser. A diferença que um profissional de turismo pode fazer num estabelecimento, seja ele qual for, num hotel, num ponto turístico, vai além do entendimento de leigos. Estamos aqui para pensar e preocupar com o avanço e sucesso do negócio do cliente, seja qual for o investimento dele. Seja uma viagem, seja um quarto de hotel, ou mesmo melhorar o atendimento do seu estabelecimento para aumentar o número de compradores.

10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
A profissão é difícil, o mercado está aberto, mas é míope. Então, para quem escolher essa profissão, estude muito, busque novas informações fora do Brasil para poder se tornar um profissional competente. Assim como toda profissão, tem que correr atrás e quem conseguir empreender vai sair na frente. O segredo é não ter preconceitos e abrir para o mercado. Tem espaço para todos. Basta ver qual você faz parte.

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A Profissional da Música


1.      Qual é o seu nome?

Renata de Figueiredo Sousa.
Artístico: Renata Figueiredo
2.      Qual a sua profissão?
Cantora, compositora e instrumentista.
3.      Onde trabalha? (opcional)
Bares, restaurantes, parques, eventos em MG, SP e TO.
4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional? – fatores que lhe atraíram para a profissão; dúvidas que surgiram; pessoas que te motivaram e pessoas que te desestimularam; medos?
Por ser de uma família de seresteiros e amantes da música cresci com essa vontade de ser musicista, mas no inicio era só de farra mesmo. Quando prestei vestibular seriado, para a Universidade Estadual de Montes Claros, minha vontade era de fazer Física e só no último ano é que tive coragem de optar por Artes/Música e por isso, vários me chamaram de louca. Meus pais sempre me apoiaram, mas eu tinha medo de como seria depois da faculdade, campo de trabalho, reconhecimento artístico e claro, remuneração.
5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
A rotina varia muito de acordo com a agenda.
6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
Como não tenho nenhum tipo de agenciador, o trabalho é de formiguinha mesmo. Ir aos lugares, mostrar o trabalho e fazer contatos. As possibilidades são inúmeras por morar na maior cidade do Brasil (São Paulo), mas é um trabalho a longo prazo.
7.      Qual a média de remuneração?
Também varia muito de acordo com a agenda e viagens.
8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
O melhor em minha profissão é que amo o que faço e não me vejo fazendo outra coisa. Através dela conheço muitos lugares e  pessoas.
9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
As dificuldades são muito parecidas com qualquer outra profissão. As vezes há uma falta de reconhecimento, baixa remuneração, contratantes chatos, bêbados ... e pessoas que não cumprem com suas responsabilidades. Porém, há situações muito favoráveis.
10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?
Seja flexível! E faça com amor. Haverá muitos frutos!!!

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Analista de Sistema




1.      Qual é o seu nome?
Aécio Mendes de Araújo.
2.      Qual a sua profissão?
Analista de Sistema.
3.      Onde trabalha?
Arcadian Tecnologia.
4.      Como foi pra você o processo da escolha profissional?
Trabalhar com tecnologia – onde teria trabalho – alguns amigos estimularam
e outros desestimularam – sempre coisas diferentes a fazer.
5.      Como é o dia-a-dia da sua profissão?
É corrido, pois as dificuldades são constantes, mas se aprende a cada dia.
6.      Como é o campo de trabalho (áreas, possibilidades)?
O campo é bom, as possibilidades são muitas, mas o profissional tem que ser qualificado.
7.      Qual a média de remuneração?
Inicialmente R$1.500,00 para profissionais recém formados.
8.      Quais são os aspectos positivos que você observa nesta profissão?
A possibilidade de criar projetos que facilitam o controle de variados tipos de negócio com o intuito de facilitar a vida do usuário de computador.
9.      Quais são as dificuldades no dia-a-dia desta profissão?
Novos desafios que surgem, falta de tempo nas entregas, projetos mal
iniciados, etc.
10.  Que sugestão você daria para quem está pensando em escolher essa profissão?

Não tem que gostar simplesmente de computador, tem que gostar
primeiramente de cálculo, lógica e raciocínio matemático.

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